A Diretoria Executiva do SINDSEMP-SE manifesta total repúdio e indignação à fala do ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim, ora exonerado, que publicou manifestação reproduzindo com absoluta – e pensada – similaridade o discurso nazista de Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolf Hitler.
Em vídeo institucional com a trilha sonora ao fundo do compositor favorito de Hitler, Alvim proferiu discurso com pouquíssimas diferenciações ao do repugnante propagandista hitlerista. Culpou sua assessoria e uma falta de pesquisa pelo “erro”. Sua retórica e postura no cargo, entretanto, estão em perfeita consonância com os ditames eugenistas e elitistas do regime nazista, em especial na estética artística que pretendia impor no Brasil.
É a partir dessa análise mais aprofundada que também deve ser repudiado o projeto em curso no país: ainda que fosse verdade seu desconhecimento sobre o autor dessas palavras, a fala de Alvim, apesar de chocante, não é um fato isolado. É a ponta do iceberg de um governo autoritário e anti-intelectual, cujo representante máximo, dotado de rasa capacidade artística e de lidar com a pluralidade, por diversas vezes enalteceu regimes ditatoriais ao longo da história e comete o descalabro de afirmar ter sido o regime nazista de esquerda.
Repudiado por todos os lados, de artistas a setores da sociedade civil organizada, além de representantes do Estado brasileiro e até da embaixada alemã no Brasil, a exoneração foi tida por muitos como “barata”, uma vez que na própria Alemanha seria indiciado por apologia ao nazismo.
A história serve para que possamos aprender com os erros cometidos e para que não se repitam. Infelizmente essa lição não foi aprendida e foi eleito um governo abjeto, com elementos repugnantes e despreparados que ocupam suas estruturas, a exemplo do entusiasta das ideias que foram responsáveis pela maior atrocidade do século XX.
Dessa forma, o SINDSEMP-SE reforça o coro de indignação que se seguiu à fala do ex-secretário, postando-se ao lado de toda a sociedade civil que se vê açoitada com mais uma declaração infame e desrespeitosa contra os direitos humanos, contra a democracia e contra a ordem jurídica no governo Bolsonaro.